"No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra."
(No Meio do Caminho, poema de Carlos Drummond de Andrade, publicado em 1928 na Revista de Antropofagia e incluído na antologia Alguma Poesia, de 1930)
Há 30 anos, Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) se deparava com sua última e intransponível pedra no caminho. Morreu no dia 17 de agosto de 1987, no Rio de Janeiro, aos 84 anos, apenas 12 dias depois da morte de sua única filha, Maria Julieta Drummond de Andrade.
Drummond foi um escritor extremamente versátil e em termos de conteúdo acompanhou os problemas individuais e sociais que sua época lhe apresentou, mostrando-os por uma perspectiva pessoal e humana; abordando temas como a perplexidade do indivíduo diante de um mundo quase sempre hostil, seus sentimentos pelas pessoas e pelas coisas, o amor, a solidão e a morte.
Em termos de linguagem, Drummond escreveu em versos livres, sem preocupação com métrica e rima, manejando o idioma português com elegância e precisão. Seu estilo era sofisticado e simples e ocasionalmente até popular.
O aniversário de 30 anos de sua morte está sendo celebrado em todo o Brasil de maneiras distintas, como com a Cavalgada Cultural em Itabira - MG, sua cidade de origem; e a Festa Literária de Minas Gerais.
Fontes consultadas: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/por-que-carlos-drummon...